Comentário de Pedro Paulo Azevedo, do blog da comunidade de pais da Escola da Vila a respeito das postagens de Reinaldo Azevedo no blog do jornalista:
"Desculpe Reinaldo, com todo o respeito, mas essa idéia de que aluno precisa ficar em sala de aula apenas é uma cópia dos desejos dos baluartes da ditadura de 1964. Não tem nada em comum com a liberdade de questionamento e de opinião que você se não defende , deveria defender como jornalista respeitado, e questionador que é. Se esse tipo de pensamento estivesse em voga, acho que nem você poderia exercer seus direitos.Quanto aos alunos da Escola da Vila, estão exercendo seu direito de questionar o mundo que os cerca, e de adquirir um olhar crítico em relação a este, assim como você teve direito, sentado ou não na sua carteira de classe. De acordo com os estudos mais modernos em Cognição, não há somente um estilo de aprendizagem, ou seja cada um aprende de um modo diferente. E como diz o grupo Titãs: 'Riquezas são diferenças'. Ou você prefere um mundo planificado a moda soviética, onde só o Partido e seus representantes podem expressar suas opiniões?"
Apontamentos de Marília Carvalho, professora na Faculdade de Educação da USP e mãe de aluno:
"Quero fazer coro com a Comunidade de Pais e parabenizar tanto os estudantes da Escola da Vila quanto seus professores pela iniciativa de debater idéias democraticamente, sem abaixar o nível como faz o jornalista Reinaldo Azevedo. É isso que esperamos da educação de nossos filhos: que sejam críticos, pensem com autonomia, utilizem-se dos conteúdos das disciplinas tradicionais para ir além e criar sua própria visão de mundo. Ainda bem que o período da Ditadura Militar anda longe, graças à luta de muitos de nós e também de outros democratas com os quais hoje não necessariamente concordamos, mas que sabemos respeitar. Naquela época o Sr. Azevedo provavelmente se sentiria mais à vontade, com a divergência sendo calada pela força, até mesmo nas escolas. Eu, por exemplo, fui expulsa de uma escola particular de Belo horizonte, aos 15 anos de idade, apesar de ter as melhores notas possíveis e não ter feito qualquer desordem - a não ser participar da chapa de oposição do então Centro Cívico (hoje, felizmente os grêmios são livres) e depois ajudar a confeccionar um jornalzinho com a opinião dos estudantes sobre a escola e a sociedade, além de algumas poesias (que não líamos nas aulas). Graças a muito esforço de muita gente esse tempo acabou e meu filho pode estudar numa escola que incentiva a participação política e a convivência democrática. Quanto aos métodos pedagógicos, nem vale a pena comentar, o Sr. Azevedo nunca pôs os pés numa Faculdade de Educação, não tem informação a respeito e precisaria estudar bastante antes de emitir uma opinião."
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário